Grêmio enfrenta desafio de recuperar 10 jogadoras Entre profissionais e base com lesões de ruptura no joelho

Fotos: Morgana Schuh

O Grêmio vive um momento delicado no futebol feminino. Em menos de sete meses, o clube contabilizou 10 casos de lesões ligamentares e ruptura de menisco no joelho entre as atletas do time principal e da base. GZH conversou com o departamento médico e com especialistas para entender as causas e as consequências desse cenário preocupante.

As últimas vítimas foram a zagueira Isa Oliveira e a meia Dudinha, que disputavam o Campeonato Brasileiro sub-20. As duas sofreram ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e do menisco no joelho esquerdo e precisarão passar por cirurgia. Elas se juntam às meias Bia Amaral e Joice, que também tiveram lesão de LCA na mesma categoria.

Na equipe principal, o técnico Felipe Endres já perdeu seis jogadoras por lesões no joelho ao longo da temporada. A mais grave foi a da goleira Lorena, titular da Seleção Brasileira, que rompeu o LCA do joelho esquerdo em março e ficou fora da Copa do Mundo Feminina. Outras que chegaram ao clube neste ano e se lesionaram foram a zagueira Nágela, a meia Manu Balbinot e a atacante Dani Ortolan.

Além disso, duas atletas tiveram recaídas em suas lesões: a meia Pri Back e a lateral Sinara. Ambas romperam novamente o LCA do mesmo joelho que haviam operado anteriormente e terão que passar por um novo procedimento cirúrgico.

Lista de atletas lesionadas: • Lorena, goleira: ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo; • Nágela, zagueira: ruptura no ligamento cruzado anterior e no menisco do joelho direito; • Sinara, lateral: ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo; • Pri Back, meio-campista: passou por procedimento cirúrgico para correção do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. É um caso reincidente; • Manu Balbinot, meio-campista: ruptura do menisco lateral no joelho esquerdo; • Dani Ortolan, atacante: ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito.Sub-20

Fotos: Morgana Schuh/gremio

• Isa Oliveira, zagueira: ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco no joelho esquerdo; • Dudinha, meio-campista: ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo; • Bia Amaral, meio-campista: ruptura do ligamento cruzado anterior; • Joice, meio-campista: ruptura do ligamento cruzado anterior.Posicionamento do Grêmio O clube informou, por meio de nota, que está realizando trabalhos preventivos para reduzir o número de casos e que tem implementado novos projetos e parcerias com instituições médicas para aprimorar a estrutura de atendimento das atletas da equipe profissional e de base.

O departamento médico também explicou que o índice de lesões do LCA em mulheres é maior quando comparado aos homens, por questões hormonais e biomecânicas. Confira a nota na íntegra.

O Grêmio informa que segue atento às incidências de lesões nas atletas das Equipes do Futebol Feminino. O Departamento de Ciência, Saúde e Performance (DCSP) tem realizado acompanhamento e análises detalhadas de cada caso, com o intuito de optar por tratamentos mais seguros e adequados.

Fotos: Morgana Schuh/gremio

Ainda de acordo com o Departamento, o índice de casos de lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) em mulheres é maior quando comparado aos atletas das equipes masculinas. Com isso, o Clube reforça que está realizando trabalhos preventivos, diariamente, com o intuito de diminuir as incidências.

Importante destacar também que o Grêmio, por meio do DCSP, tem implementado novos projetos e firmado parcerias com instituições médicas para aprimorar a estrutura de atendimento das atletas da equipe profissional e de base, da mesma forma que vem sendo feito no grupo principal masculino e nas categorias de formação.

Fotos: Morgana Schuh/gremio

O que dizem os especialistas O ligamento cruzado anterior (LCA) é o mais importante do joelho, uma estrutura fibrosa que liga os ossos e fornece estabilidade à articulação. Quando há uma ruptura, é necessário reconstruir o ligamento por meio de cirurgia. O tempo de recuperação varia de seis a nove meses.

Não há uma causa única para esse tipo de lesão, mas sim uma combinação de fatores, como o tipo de esporte, o tipo de treinamento, o desalinhamento dos membros inferiores, a insuficiência biológica do enxerto e o traumatismo recorrente ou agudo.

Fotos: Morgana Schuh/gremio

Segundo os especialistas consultados por GZH, as mulheres têm maior predisposição para lesões do LCA por questões hormonais e biomecânicas. Elas têm um ângulo maior entre o quadril e o joelho (chamado de ângulo Q), que aumenta a sobrecarga no ligamento. Além disso, elas têm uma maior frouxidão ligamentar durante o ciclo menstrual, que pode favorecer as entorses.

Para prevenir as lesões do LCA, os especialistas recomendam treinos adequados, controle de carga e preparação e força dos movimentos. Eles também sugerem que as atletas usem joelheiras ou órteses para proteger a articulação.

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