Foto: Reprodução/Instagram @Flamengo

Procuradoria do STJD arquiva suposto caso de injúria racial em Grêmio x Flamengo

A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu arquivar o caso de suposta injúria racial que teria ocorrido durante a partida entre Grêmio e Flamengo, disputada na Arena, válida pelo Campeonato Brasileiro. O episódio envolveu o jogador Carlinhos, do Flamengo, que, ao ser expulso de campo, relatou ter sido alvo de ofensas racistas por parte de torcedores gremistas enquanto se dirigia aos vestiários.

A situação ocorreu no dia 22 de setembro e ganhou ampla repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo do momento em que Carlinhos deixava o campo. A gravação, inicialmente veiculada pelo portal Lance!, sugeria que um torcedor havia chamado o jogador de “macaquinho”. O Flamengo rapidamente se posicionou sobre o caso, afirmando que o jogador teria escutado imitações de macaco e que o vídeo continha indícios claros de injúria racial.

STJD
Carlinhos. Foto: Marcelo Cortes

Após uma análise minuciosa da Procuradoria do STJD, não foram encontrados indícios suficientes para formalizar uma acusação de racismo

Contudo, após análise detalhada realizada pela Procuradoria do STJD, os procuradores Eduardo de Sampaio Leite Jobim e Jhonny Prado Silva concluíram que não havia elementos suficientes para formalizar uma denúncia por racismo. O Grêmio, por sua vez, contratou as empresas de perícia Grupo Peritos, do Rio de Janeiro, e Becker&Sawitzki, de São Paulo, para analisar a gravação em questão. Os peritos realizaram uma separação de ruídos externos e, segundo os relatórios, não foi constatada nenhuma ofensa de cunho racial no vídeo.

O clube gaúcho afirmou que conseguiu identificar o torcedor responsável pela fala e ouviu testemunhas, incluindo uma criança que estava próxima ao ocorrido. Segundo o Grêmio, a expressão usada pelo torcedor foi “tá brabinho?”, e não “macaquinho”, como inicialmente sugerido.

Carlinhos. Foto: Getty Images

Diante da decisão de arquivamento, o Grêmio solicitou uma retratação pública tanto do portal Lance! quanto do Flamengo, que havia dado ampla visibilidade ao caso. A polêmica reacende debates sobre racismo nos estádios brasileiros, mas, neste caso, o STJD entendeu que as acusações não se sustentavam com as evidências apresentadas.