Escândalos Arbitrais Abalam o Futebol Brasileiro
O Grêmio enfrentou uma situação escandalosa na Arena Itaquera, um déjà vu que ecoa escândalos passados, como o sofrido pelo Internacional em 2020 e por times como São Paulo, Palmeiras, Cuiabá, Bahia, Fortaleza, Santos, Fluminense, RB Bragantino e Botafogo. A reação padrão desses clubes tem sido indignação, seguida de uma carta de protesto endereçada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), às vezes até com vetos por parte dos árbitros responsáveis pelos erros.
Infelizmente, essa saga parece estar longe de terminar, pois não se percebe nenhum movimento efetivo por parte dos clubes para melhorar a qualidade das arbitragens. A falta de ações concretas para elevar o nível do jogo e eliminar qualquer sombra de dúvida pairando sobre o campo persiste. Essa dúvida é corrosiva e ameaça a integridade do futebol, minando a confiança do torcedor de que está consumindo um produto livre de interferências externas.

Chama a atenção o silêncio ensurdecedor dos clubes em relação ao erro flagrante ocorrido no jogo de segunda-feira (18). Da mesma forma, nenhum terceiro se pronunciou sobre o erro evidente da rodada anterior, nem da anterior a essa. Os clubes continuam em sua inércia, concentrando-se apenas em seus próprios interesses e problemas. O campeonato, o produto vendido e o impacto que erros como esses têm sobre os torcedores, que são, essencialmente, consumidores, parecem estar fora de foco.
Embora seja uma utopia, seria gratificante ver os 20 clubes da Série A unindo forças e comparecendo coletivamente à CBF em busca de explicações sobre os recorrentes erros arbitrais, especialmente quando a tecnologia está à disposição. O VAR chegou ao Brasil antes de muitos outros lugares na América do Sul, com os primeiros jogos utilizando a ferramenta em alguns campeonatos estaduais em 2017, na Copa do Brasil em 2018 e no Brasileirão em 2019. No entanto, a impressão geral é que estamos retrocedendo, dadas as frequentes decisões errôneas ou, no mínimo, discutíveis.

É imperativo que o processo de arbitragem no Brasil seja revisado com seriedade. É preciso discutir aperfeiçoamentos, oferecer treinamento físico e mental adequado e, acima de tudo, debater a profissionalização. Para isso, é fundamental estabelecer a arbitragem como uma profissão. Atualmente, árbitros atuam como uma ocupação secundária para muitos, incluindo bancários, jornalistas, advogados, contadores e professores de educação física.
Em uma indústria bilionária como o futebol, não podemos permitir que um dos personagens mais cruciais desempenhe um segundo emprego. Sem um debate profundo e sério, continuaremos a enfrentar erros flagrantes e a ouvir declarações oficiais dos clubes, sem soluções concretas à vista. O futebol brasileiro merece mais, e os torcedores anseiam por um jogo mais justo e transparente

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