Ex-Jogador do Grêmio, Dinho, condenado por corrupção passiva em esquema de rachadinha

Condenação de 3 anos e 4 meses pela Justiça do Rio Grande do Sul gera polêmica no cenário esportivo e político

O ex-jogador do Grêmio, Edi Wilson José dos Santos, conhecido como Dinho, enfrenta uma condenação de 3 anos e 4 meses por corrupção passiva após ser acusado de participar de um esquema de rachadinha durante seu mandato como vereador de Porto Alegre entre 2015 e 2017. A sentença foi emitida pela Justiça do Rio Grande do Sul com base na denúncia do Ministério Público (MP).

Esquema de rachadinha e desvio de salário

De acordo com as investigações e a sentença proferida, Dinho teria participado de um esquema de rachadinha, no qual desviava R$ 8 mil mensais do salário de uma funcionária lotada em seu gabinete. O ex-jogador teria mantido esse esquema por dois anos, durante o período em que atuou como vereador na cidade.

Pena em regime aberto e possibilidade de recurso

Como a pena de Dinho é inferior a 4 anos, ele pode cumprir a sentença em regime aberto, além de pagar multa e prestar serviços comunitários durante o período. O ex-jogador tem o direito de recorrer à Justiça para tentar reverter a decisão. Até o momento, não houve resposta de Dinho em relação à condenação, e o processo corre em segredo de justiça.

Responsabilização do assessor especial

Além da condenação de Dinho, o assessor especial de gabinete do ex-vereador também foi considerado culpado por peculato. Segundo a denúncia do MP, o assessor teria sido responsável pela indicação de todos os cargos do gabinete de Dinho, incluindo a funcionária envolvida no esquema de rachadinha. Durante o período, aproximadamente R$ 100 mil teriam sido desviados.

A defesa de Dinho

Em resposta às acusações, Dinho negou qualquer envolvimento no esquema e alegou que não tinha conhecimento das transações entre o assessor e a funcionária. Ele argumentou que a funcionária, na época, sofria dos primeiros sintomas do Alzheimer e atuava como supervisora de gabinete, desempenhando funções de secretária. Dinho também admitiu que não possuía experiência administrativa, delegando todas as responsabilidades do gabinete ao assessor. No entanto, a Justiça concluiu que, por assinar oficialmente as indicações, Dinho era, em última instância, responsável pelo esquema.

Perda dos direitos políticos

Como resultado da condenação, Dinho perde seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da sentença, o que pode impactar sua futura carreira política.

O legado de Dinho no Grêmio

Dinho, natural de Sergipe, é mais conhecido por sua carreira no Grêmio, onde atuou entre 1995 e 1997, conquistando títulos importantes, como a Copa Libertadores da América de 1995, o Campeonato Brasileiro de 1996 e a Copa do Brasil de 1997. Após passagens por clubes nacionais e internacionais, ele ingressou na política, assumindo uma cadeira na Câmara de Vereadores em 2013, mas não obteve sucesso na tentativa de reeleição em 2016.

A condenação de Dinho traz à tona debates sobre a relação entre esporte e política, bem como a importância da integridade e ética no cenário esportivo e político.