Caíque terá a oportunidade de jogar pelo Grêmio contra o Cuiabá.

O Grêmio terá um novo goleiro neste domingo. Quando o time entrar em campo para enfrentar o Cuiabá, às 11h, na Arena, um estreante será o responsável por defender o gol contra Deyverson e o ataque adversário. O rodízio que ocorreu desde 2021 entre Brenno, Gabriel Grando e Adriel terminará após dois anos. A suspensão de Grando abriu a oportunidade para Caíque ou Felipe Scheibig. E a tendência é de que uma cara nem tão nova para o torcedor gremista esteja na função.

De acordo com o repórter da Rádio Gaúcha Eduardo Gabardo, Caíque é quem está na frente pela disputa. Ele foi destaque do Ypiranga no Gauchão, principalmente pelas grandes atuações contra o Grêmio. O goleiro de 26 anos terá a oportunidade de voltar a jogar na Série A após cinco anos.

Uma jornada daquelas que só o futebol permite. Comparado a Dida em seu início de carreira no Vitória, Caíque passou pelas oscilações comuns aos jovens que ganham destaque rapidamente. Com a grife de ser da seleção brasileira sub-20, rapidamente apareceu como titular no clube baiano. Estreou em um clássico Ba-Vi, em 2016, com apenas 19 anos.

— É um pouco de exagero. Mas todo mundo já falou isso: “é o novo Dida do Vitória”. Muita responsabilidade porque o homem foi grande aqui no Vitória — disse Caíque, na época.

As oscilações que o clube enfrentou cobraram um preço alto de uma de suas grandes promessas. A sequência de quedas da elite até a Série C atrasaram uma carreira que se apresentava como promissora. Sem ambiente para seguir em Salvador, rodou pelo CSA e no futebol do Chipre.

No ano passado, passou por uma liga secundária do futebol dos Estados Unidos. Defendeu o Rochester New York FC, da MLS Next Pro. Terminou como o goleiro com o maior número de jogos sem sofrer gols. De 24 partidas, ficou oito sem ser vazado. E teve uma peculiaridade a mais pelo regulamento local. A liga de desenvolvimento nos Estados Unidos não tinha empates. Em caso de igualdade no tempo normal, o jogo seria decidido em cobranças de pênaltis.

Nas contas do próprio Caíque, ele terminou com um retrospecto de 10 defesas em 12 cobranças. O bom rendimento o levou a entrar no radar do Ypiranga neste ano para ajudar no projeto de tentar colocar o clube na Série B. O rendimento no Gauchão o deixou em evidência para o restante do país. Muito pelo que o goleiro fez contra Luis Suárez nos jogos das semifinais. As defesas que pararam o centroavante não chamaram a atenção apenas de João Pedro, seu filho de quatro anos — o menino viu e reviu dezenas de vezes os lances no celular do pai.

Luizinho Vieira, técnico que o comandou em Erechim, só tem elogios para a contribuição de Caíque na equipe. Pelo estilo de jogo propositivo que instituiu em sua passagem, o treinador acredita que a adaptação do goleiro será mais fácil.

— A postura dele como profissional no dia a dia sempre foi espetacular. A estatura, que além de impor respeito, acaba induzindo o adversário ao erro no momento de definir. Ele força a tentar tirar do goleiro e erra. Isso acontece muito em cobranças de pênalti. É um goleiro que dá segurança. Repõe muito bem a bola. Vai agregar isso a um time que tem muita qualidade — comentou.

Como estratégia para reduzir o problema da falta de ritmo — Caíque não disputava uma partida oficial desde 29 de julho — o Grêmio o colocou para jogar a Copa FGF junto dos meninos da equipe sub-20. Ele foi titular nos 90 minutos da vitória por 3 a 1 sobre o Pelotas no último sábado. Também participou nesta quarta-feira (30) do jogo-treino contra o Monsoon. Foi o goleiro na formação inicial utilizada na atividade. Depois, deu lugar a Felipe Scheibig.