Roger Machado Marques
Como jogador, foi multicampeão pelo Grêmio e considerado um dos melhores laterais-esquerdo do futebol brasileiro na década de 1990.
Já como treinador, também pelo Grêmio, é creditado como responsável pela mudança na filosofia de futebol do clube, passando de uma histórica proposta física, reativa e visceral para uma proposta mais cerebral, técnica e estrategicamente apurada
Início no GrÊmio
Nascido em uma família de jogadores de futebol, Roger teve a sua primeira experiência mais séria com o esporte disputando os tradicionais torneios de várzea de Porto Alegre durante a adolescência.
Na época, preferia atuar como ponta-esquerda, tendo ele próprio se “adaptado” à lateral para evitar a numerosa concorrência com os diversos meninos que preferiam participar dos peneirões em posições de ataque.
Após uma breve passagem pelo São José, Roger realizou um teste no Grêmio e, já com 17 anos, ingressou nas categorias de base do Tricolor Gaúcho.
década de 1990, o Grêmio passava por um período de instabilidade, sendo rebaixado pela primeira vez à série B do Campeonato Brasileiro. Após o retorno à elite, o clube precisou encarar uma época de poucos gastos que obrigou a direção a apostar em jogadores das categorias de base. Neste movimento, Roger foi lançado no time profissional no final do ano de 1993 pelo então treinador Luiz Felipe Scolari.
Ao lado de outros jovens promissores como Danrlei, Emerson, Carlos Miguel e Arilson, formaria a base do time que, em 1994, iniciaria a retomada de protagonismo do Grêmio com as conquistas do Campeonato Gaúcho de 1994 e da Copa do Brasil de 1994
Já considerado titular absoluto, integrou a equipe do Grêmio que, em 1995, conquistaria outra vez o Campeonato Gaúcho, além do título da Copa Libertadores da América.
O estilo de jogo de Roger, técnico e seguro, com foco primordial nos movimentos de defesa, foi fundamental para dar equilíbrio ao time que tinha no lateral-direito paraguaio Francisco Arce uma peça importante de ataque.
Nesta temporada, Roger formou ao lado de Arce, Rivarola e Adílson Batista, uma das linhas de defesa mais lembradas da história do Grêmio.
Pelo Tricolor, conquistou ainda o Campeonato Brasileiro de 1996 e outra vez a Copa do Brasil, dessa vez a de 1997, sendo decisivo na final deste segundo torneio, arrancando pela esquerda do ataque e cruzando para Carlos Miguel marcar o gol do título contra o Flamengo em pleno Maracanã.
Os anos 90 ainda seriam marcados pelos títulos da Recopa Sul-Americana de 1997, do Campeonato Gaúcho de 1999 e da Copa Sul de 1999. Ao final do período de conquistas, Roger passou a sofrer com lesões que lhe retiraram de parte das campanhas do Grêmio nos anos posteriores. Neste período, entre uma lesão e outra, aprofundou o seu conhecimento em tática e estudos de futebol, incentivado pelo então treinador Tite.
Com a chegada de Tite ao comando do Grêmio em 2001, Roger encontraria dificuldades em se adaptar como ala ao sistema 3-6-1 do novo treinador, que não jogava com laterais. Pela importância que tinha dentro do elenco e pela capacidade que tinha de levar a campo os conceitos do treinador, Roger foi adaptado na zaga e, ao lado de Mauro Galvão e Marinho, formou a primeira linha de defesa do Grêmio que viria a conquistar o quarto título da Copa do Brasil em 2001, o terceiro título de Roger nesta competição.
Curiosamente, apesar de ter se adaptado bem à nova posição, Roger ainda seria lembrado como lateral-esquerdo em uma convocação da Seleção Brasileira que formou o elenco que disputaria a Copa América de 2001.
Depois de virar ídolo no Grêmio e se tornar um dos atletas mais vitoriosos da histórica do clube, Roger foi vendido ao futebol japonês, em um movimento da direção que buscava a renovação do elenco e o alívio da folha salarial após mais uma crise financeira ocasionada pela falência da ISL, empresa suíça que era a principal parceira desportiva do Grêmio na ocasião.
Roger jogaria pelo Vissel Kobe nos anos de 2004 e 2005, onde teria uma difícil adaptação a um futebol mais rápido, chegando cogitar a rescisão contratual já no primeiro semestre de vínculo.
Aos poucos, Roger absorveu a nova dinâmica de jogo e a maneira de jogar da equipe comandada pelo técnico Ivan Hašek que, pela ausência dos talentos individuais à época abundantes no futebol brasileiro, mas ausentes no futebol japonês, apostava na coletividade, na intensidade e em conceitos ainda pouco comuns na América do Sul, como a marcação por zona, que depois influenciariam Roger em sua carreira como treinador.
Roger Machado foi anunciado como treinador do Grêmio no dia 26 de maio de 2015.
Como treinador do Tricolor Gaúcho, Roger venceu o histórico Grenal 407, em um domingo de comemoração do Dia dos Pais, válido pela 17° rodada do Campeonato Brasileiro, realizado na Arena do Grêmio, com a histórica vitória de 5 a 0.
Foi um resultado que ficou para a história dos Grenais, para a história do Grêmio (o time não vencia um clássico Grenal por um placar elástico desde 1912, quando aplicou 6 a 0 – o último 5 a 0 fora ainda antes, em 1910) e de Roger.
Ao final do Campeonato Brasileiro de 2015, após uma boa campanha e a afirmação de convicções táticas de Roger, o Grêmio garantiu a terceira colocação do campeonato, assegurando uma vaga para a Copa Libertadores da América do ano seguinte. Porém, o primeiro semestre de 2016 foi marcado pela irregularidade das apresentações do clube e, principalmente, pela desorganização defensiva do time de Roger.
Dois pontos passaram a ser muito criticados no trabalho de Roger:
As constantes falhas defensivas na bola aérea e a falta de objetividade ofensiva.
Vindo de péssimos resultados em sequência, Roger pediu demissão no dia 15 de setembro de 2016, após a derrota de 3 a 0 para a Ponte Preta.
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