Grêmio: De descartável no flamengo para Diabo loiro nos anos 90

O Diabo loiro um dos maiores da nossa história

Arílson de Paula Nunes, também conhecido como Paulo Nunes o diabo loiro do Grêmio.

Chegou ao Grêmio como moeda de troca em 1995. O Grêmio enviou ao Flamengo o zagueiro Agnaldo e o volante Pingo, peças importantes no bicampeonato da Copa do Brasil em 1994 e recebia em troca além de Paulo Nunes, o centroavante Magno.
O Grêmio havia reformulado seu plantel da última temporada. Arce, Rivarola, Adilson, Dinho, Goiano e Paulo Nunes chegavam para entrar pra história.


Especialmente Paulo Nunes, que junto com Jardel formava uma das maiores duplas de ataque da história do clube.
Comandaram o bicampeonato da Copa Libertadores, com: Danrlei; Francisco Arce, Adílson Batista, Catalino Rivarola e Roger Machado; Dinho, Luís Carlos Goiano, Carlos Miguel e Arílson; Paulo Nunes e Mário Jardel.
Além da Libertadores, Paulo Nunes ajudou o Grêmio na conquista do Gauchão de 1995.
Em 96, além do bicampeoanto Gaúcho e da Recopa Sul-Americana, Paulo Nunes esteve presente na conquista do Campeonato Brasileiro de 1996, inclusive sendo artilheiro da competição com 16 gols.
Sua ótima performance no Brasileirão rendeu uma Bola de Prata de Revista Placar, único prêmio deste tipo na carreira de Paulo Nunes.

Diabo loiro em ação na final do Brasileirão de 96

Jardel havia saído do Grêmio em 1996, deixando a condição de estrela do time para Paulo Nunes.
1997 foi o ano de faturar a Copa do Brasil pelo Grêmio, e junto, Paulo Nunes conquistou a artilharia da competição com 9 gols.
Seu excelente desempenho no Grêmio trouxe o interesse de vários clubes, depois de resistir ao assédio da Parmalat, o Benfica de Portugal chegou com uma proposta irrecusável, levando o atleta para jogar na Europa.

Estreia no Grêmio em 1995
14.02.1995 – Desportiva Ferroviária 0 x 1 Grêmio – Estádio Engenheiro Araripe, Copa do Brasil – GFBPA: Danrlei; André Vieira, Luciano Dias, Adílson Batista e Roger Machado; Dinho, Luís Carlos Goiano, Carlos Miguel e Vagner Mancini (Paulo Nunes); Magno (Emerson) e Mário Jardel. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Grêmio : Paulo Nunes em jogo válido pelo Brasileirão 2000

Último jogo pelo Grêmio em 1997
09.07.1997 – Goiás 6 x 0 Grêmio – Estádio Serra Dourada, Campeonato Brasileiro – GFBPA: Murilo; Ricardo Cruz, André Santos, Djair e Roger Machado; Otacílio, Luís Carlos Goiano, Élton Corrêa (Éder Gaúcho) e Gilmar (Rodrigo Gral); Paulo Nunes e Zé Alcino. Técnico: Evaristo de Macedo.


Em 2000, junto com a parceira ISL, o Grêmio recontrata Paulo Nunes por US$ 8.000.000,00, e salários de R$ 200.000,00 mensais em um contrato de 2 anos. Era iniciada a segunda passagem do ídolo pelo Grêmio.

Em vista ao seu desgaste no Palmeiras, Paulo Nunes foi visto como o nome ideal para trazer os títulos de volta ao Grêmio. A nova direção gremista, comandada por José Alberto Guerreiro e Antônio Vicente Martins, assumiu o clube com sérios problemas financeiros e um elenco fraco, diferente do recebido pelo ex-presidente Cacalo, que assumiu em 1997.

No final do século, apareceu a chance de ouro nos olhos dos dirigentes. Uma parceira disposta a investir mais de R$ 500 milhões no clube.

O primeiro nome de peso a ser procurado, foi Paulo Nunes. “O Olímpico vai tremer novamente.” disse o atacante na sua chegada.

E realmente tremeu. Mas foi de raiva. O primeiro semestre foi sofrivel, sob comando de Émerson Leão, Paulo Nunes começou no banco por não estar nas condições ideais. Viu Jé começar a pré-temporada entre os 11 titulares. Eliminado na Sul-Minas, seguido de um vexame no Gauchão, perdendo a final para o Caxias, e outro vexame mais vergonhoso ainda, a eliminação na Copa do Brasil, por 4×1 em pleno Estádio Olímpico para a Portuguesa, derrubou Leão e Antônio Lopes, e os gremistas tiveram de aceitar a volta de Celso Roth, que começava a merecer a alcunha de “bombeiro”.

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Grêmio e a trajetória do Diabo loiro

Paulo Nunes abriu a boca e reclamou por estar jogando como não gostava. Roth tirou ele do meio de campo e o colocou na sua posição clássica. Não adiantou, com apenas dois gols marcados em um ano, Paulo Nunes saiu pela porta dos fundos, deixando um buraco nos cofres gremistas.

Foram R$ 2,4 milhões em salários, além da dívida com o Palmeiras, que foi paga apenas em 2009, com a ida do zagueiro Léo para o clube paulista. Faixas como “Fora Paulo Nunes”, pedindo a saída do ídolo que brilhou no Bi da América, tornaram-se comuns no Olímpico, mostrando o enorme descontentamento da torcida gremista com o jogador na sua segunda passagem pelo Grêmio.