Grêmio cobra taxa de deslocamento para torcedores no Grenal: Procon questiona obrigatoriedade

Foto: Pedro Molnar

Os torcedores do Grêmio que compraram ingressos para o clássico Gre-Nal no próximo sábado (19), no Estádio Beira-Rio, tiveram uma surpresa ao adquirir seus bilhetes: além dos R$ 140 da entrada, foi necessário pagar mais R$ 20 como taxa de deslocamento. A medida, segundo o clube, faz parte do esquema de segurança proposto pela Brigada Militar para garantir uma viagem mais segura aos 2 mil gremistas que acompanharão a partida no estádio do rival.

Com a taxa obrigatória, o custo total do ingresso chega a R$ 160, incluindo o transporte de ida e volta em comboio saindo da Arena do Grêmio até o Beira-Rio. A escolta policial é uma exigência da Brigada Militar, que, por motivos de segurança, orientou que o deslocamento dos visitantes seja feito apenas por ônibus disponibilizados pelo clube. “A logística é fundamental para evitar confrontos entre torcidas e garantir a integridade dos torcedores”, explicou o Grêmio em comunicado oficial.

Foto: Eduardo Cecconi/Globoesporte.com

Escolta obrigatória ou venda casada?

Embora a medida tenha como justificativa a segurança, a cobrança gerou insatisfação em parte da torcida, e o Procon de Porto Alegre entrou no debate. De acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, é proibido condicionar a venda de um serviço à aquisição de outro, exceto quando houver uma justificativa plausível.

O Procon afirma que torcedores que se deslocarem por conta própria e se sentirem lesados podem registrar reclamações. “O consumidor pode solicitar reembolso do valor pago, desde que comprove que utilizou transporte particular e entrou no estádio sem usar o serviço do clube”, afirmou o órgão em entrevista à GZH.

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Torcida organizada, mas insatisfeita

A logística definida pelo Grêmio inclui a saída dos ônibus do Portão 6 da Arena às 11h e recomenda que todos os torcedores cheguem antes do horário marcado. O estacionamento interno estará disponível por R$ 20, com acesso pelo Portão 2.

A medida dividiu opiniões entre os torcedores. Enquanto alguns entendem que a escolta é importante para evitar incidentes, outros reclamam da falta de opção. “Se eu preferir ir de carro, por que tenho que pagar por um ônibus que não vou usar?”, questionou um torcedor nas redes sociais.

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O impasse sobre a obrigatoriedade da taxa promete ser um tema quente até o dia do clássico, levantando discussões sobre a autonomia do consumidor e o equilíbrio entre segurança e liberdade de escolha.