Com um cenário de investimentos em alta nos clubes brasileiros, técnico projeta um Brasileirão dividido e reacende discussão sobre a transformação do Grêmio em Sociedade Anônima do Futebol
O empate do Grêmio contra o Fluminense trouxe à tona um tema que ganha cada vez mais relevância no futebol brasileiro: a diferença de investimentos entre clubes que adotaram o modelo SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e os que permanecem com estruturas tradicionais. Ao fim do jogo, o técnico gremista Renato Portaluppi fez uma declaração impactante, prevendo que a próxima temporada do Campeonato Brasileiro se dividirá entre duas categorias: os clubes com SAF, capazes de realizar grandes investimentos, e aqueles que precisarão competir com recursos mais limitados.

Portaluppi não escondeu sua preocupação. “No ano que vem, vamos ver isso de perto. Serão dois campeonatos: o das SAFs, com dinheiro, e outro campeonato lá embaixo, para quem não tem tanto recurso. O Grêmio sempre manteve os pés no chão e vai continuar assim. Precisamos cobrar a responsabilidade de quem investe alto”, afirmou o técnico.
Grêmio preparado, mas sem pressa para virar SAF
Embora o Grêmio tenha a possibilidade de se transformar em SAF, nos bastidores do clube, não há pressa para adotar esse modelo. Fontes próximas à direção revelaram que o Grêmio já concluiu estudos aprofundados sobre as vantagens e os desafios do formato SAF. Esse planejamento foi pensado para entender o que funcionaria ou não para o clube e preparar a diretoria para avaliar qualquer oportunidade, caso surja.

Segundo apurações, a diretoria gremista está bem informada e pronta para debater as vantagens e os riscos que o modelo poderia trazer, especialmente em um contexto de crescimento acelerado entre clubes que já viraram SAF, como Botafogo, Cruzeiro e Vasco. No entanto, a visão atual do Grêmio é de cautela: o clube prefere se manter na estrutura tradicional por ora, garantindo uma postura conservadora e de segurança para os próximos anos.
Torcida dividida e questão de futuro
A opinião entre os torcedores também é dividida. Parte da torcida considera que o Grêmio poderia se beneficiar de um modelo que permite maior fluxo de investimentos, essencial para competir com rivais que estão formando elencos cada vez mais fortes. No entanto, muitos gremistas ainda acreditam que o clube deve seguir com “os pés no chão”, mantendo-se sustentável e fiel à tradição.

O Grêmio, portanto, não descarta a SAF, mas segue sem pressa para dar esse passo. O debate levantado por Portaluppi e as conversas entre direção e torcida revelam uma preocupação genuína com o impacto das SAFs no futebol brasileiro e uma ponderação cuidadosa sobre o futuro do clube. Afinal, tornar-se uma SAF seria realmente o movimento certo? Enquanto a resposta não chega, o Grêmio segue sua trajetória, pronto para qualquer desafio.
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