A temporada 2023/24 expôs uma das maiores fragilidades do Grêmio: a defesa. A montagem do elenco falhou em oferecer profundidade e variedade de opções defensivas, deixando o Tricolor vulnerável em momentos decisivos. A situação se agrava agora com a lesão do zagueiro Kannemann, que já passa por sua segunda cirurgia de quadril, e com a iminente aposentadoria de veteranos como Geromel e Fábio, o que coloca pressão sobre o técnico Renato Gaúcho para reinventar a estrutura defensiva da equipe.
A saída de Kannemann é um golpe para o setor defensivo do time, que já sofria com um elenco curto e dependente de jogadores veteranos. A dupla histórica com Geromel, que marcou uma era no clube, chegou ao limite. Geromel, um dos pilares da defesa gremista, confirmou que se aposentará ao final da temporada, enquanto Fábio, na lateral direita, também planeja encerrar sua carreira. As recentes lesões e o cansaço físico desses atletas são indicativos de uma transição necessária, que o Grêmio parece ter subestimado ao planejar o elenco.
Para completar, a contratação de Rodrigo Caio, vista como uma tentativa de renovação, até o momento não trouxe o impacto desejado. O jogador enfrenta dificuldades para entrar em forma e contribuir consistentemente. Na lateral esquerda, Reinaldo segue com seu conhecido problema de marcação, deixando espaços que as equipes adversárias não hesitam em explorar.
Como se não bastasse, a situação pode piorar ainda mais: Rodrigo Ely e Jemerson, atualmente titulares e com bom desempenho, estão pendurados com dois cartões amarelos e enfrentam o risco de suspensão. Caso recebam nova advertência no próximo confronto contra o Palmeiras, ambos ficarão fora do jogo seguinte, contra o Juventude, no qual o Grêmio precisa desesperadamente de uma defesa sólida para garantir pontos essenciais.
O técnico Renato Gaúcho, que sempre demonstrou capacidade de adaptação, terá que fazer malabarismos
Suas opções alternativas são limitadas: Natã Felipe e Gustavo Martins, este último ainda em recuperação de lesão, são os únicos nomes disponíveis para cobrir possíveis ausências. A falta de reposição direta para esses desfalques deixa o Grêmio em uma posição delicada, exigindo criatividade para lidar com um calendário apertado e adversários exigentes.
A torcida, que já vinha demonstrando insatisfação, agora exige uma reação não só em campo, mas na administração do clube. É urgente um planejamento de longo prazo que vá além da temporada e que busque talentos jovens para estruturar a defesa. Caso contrário, o Grêmio corre o risco de comprometer sua competitividade, tanto no cenário nacional quanto no internacional, onde o nível de exigência é ainda maior.
Em meio a essa crise defensiva, Renato Gaúcho terá a oportunidade de mostrar toda sua habilidade como gestor de elenco, mas o desafio é grande. A pergunta que fica é: conseguirá o Grêmio superar essa temporada de desafios e se preparar para um futuro mais sólido, ou verá seus sonhos ameaçados por falhas estratégicas no planejamento?
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