Gustavo Cuéllar ainda não engrenou no Grêmio e seu futuro imediato no time é incerto; bastidores revelam preocupações que vão além da lesão.

Anunciado como grande contratação em janeiro, o volante colombiano Gustavo Cuéllar parecia ser a peça que faltava ao meio-campo do Grêmio. No entanto, a realidade em abril é bem diferente do que o torcedor esperava. Com apenas oito participações em 18 jogos da temporada, o jogador não entra em campo há longos 40 dias, desde a semifinal do Gauchão contra o Juventude, em 1º de março. Um edema muscular na coxa esquerda interrompeu sua sequência, e embora tenha sido relacionado para a final do estadual, não saiu do banco.

Internamente, o discurso é de paciência. Gustavo Quinteros, técnico tricolor, prefere aguardar a recuperação total do volante para não correr riscos de agravamento. Enquanto Cuéllar se dedica ao trabalho de fortalecimento físico, a comissão técnica observa com atenção sua evolução. Ainda sem prazo definido para retorno, existe uma expectativa — ainda que moderada — de que ele possa ser opção contra o Flamengo, no próximo domingo, pelo Brasileirão.

A preocupação, no entanto, vai além da questão física. Após anos atuando na Arábia Saudita, a direção gremista avalia que o ritmo de competição mais baixo prejudicou a adaptação de Cuéllar ao futebol brasileiro. Isso explica, em parte, seu desempenho discreto em campo, onde acumulou quatro vitórias, dois empates, duas derrotas, uma assistência e dois cartões amarelos em oito jogos. A análise interna também reconhece um desafio extra: o Grêmio possui dez estrangeiros no elenco, mas só nove podem ser relacionados por partida, o que cria uma dor de cabeça a mais para Quinteros.

Grêmio vive dilema com excesso de estrangeiros

Quando Cuéllar estiver 100% à disposição, o técnico precisará escolher quem ficará de fora das listas de jogos, uma decisão que já causou polêmica na final do Gauchão, quando Aravena acabou preterido. Além de Cuéllar, o Grêmio conta com Amuzu, Arezo, Braithwaite, Cristaldo, Cristian Oliveira, Cristian Pavon, Monsalve e Villasanti. O colombiano terá que provar, dentro e fora de campo, que merece seu espaço nesse elenco recheado de talentos internacionais. Até lá, o torcedor segue na expectativa — e na dúvida — sobre quando verá o volante justificando toda a expectativa criada em sua chegada.

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